Nova descoberta pode mudar o que sabemos sobre o Alzheimer
Durante décadas, a ciência acreditou que vilões por trás da doença de Alzheimer se limitavam a dois protagonismos: os aglomerados de proteínas amiloides e os emaranhados de tau. Mas, uma nova pesquisa da Universidade Johns Hopkins pode ter mudado esse cenário para sempre.
O estudo em questão, publicado em 11 de julho na revista Science Advances, identificou mais de 200 novas proteínas mal dobradas no cérebro de ratos com sintomas semelhantes aos do Alzheimer. E o mais surpreendente: essas proteínas podem estar desempenhando um papel silencioso, porém significativo, na progressão da doença.
Afinal, o que são essas proteínas?
Proteínas mal dobradas, em resumo, são proteínas que não assumem a forma tridimensional correta necessária para seu bom funcionamento. Quando isso acontece, elas podem se tornar tóxicas para as células e, no cérebro, isso pode significar prejuízos sérios à memória e à cognição.
Segundo o principal autor do estudo, Stephen Fried, essas proteínas defeituosas são como “invasores ocultos”. Ao contrário dos amiloides, que formam grandes aglomerados visíveis ao microscópio, essas novas proteínas se escondem, espalhadas e discretas.
O Estudo em detalhes
O experimento foi conduzido com 17 ratos criados sob as mesmas condições. Após testes de memória e cognição, os cientistas identificaram que 7 deles apresentavam sinais claros de declínio cognitivo, apesar de não terem sofrido nenhum evento externo que justificasse isso.
Curiosamente, ao analisar os cérebros desses animais, os pesquisadores descobriram um número elevado de proteínas mal dobradas, sendo mais de 200 tipos distintos concentradas no hipocampo, que é justamente a região cerebral associada ao aprendizado e à memória; em quanto os que mantiveram o bom desempenho cognitivo mantiveram os níveis normais dessas proteínas.
E nos Humanos?
Embora os resultados sejam promissores, ainda não está claro se essas mesmas proteínas estão envolvidas no Alzheimer em humanos. O próximo passo do estudo será investigar cérebros humanos por meio de autópsias ou análise de tecido cerebral ressecado, para determinar se o mesmo padrão se repete.
A identificação dessas proteínas pode abrir caminhos para novas terapias voltadas ao impedimento do mal dobramento e à neutralização dos efeitos dessas estruturas defeituosas. Considerando que a medicina atual ainda não dispõe de cura e que os medicamentos atuam principalmente como forma de retardar o avanço da doença, há uma grande possibilidade de progresso nos estudos relacionados à cura ou até mesmo a tratamentos mais eficazes.
Ainda é cedo para afirmar que realmente estamos diante de uma revolução no tratamento da doença, mas a porta está aberta. E para milhões de pessoas ao redor do mundo isso representa esperança.
FONTES: https://www.dailymail.co.uk/health/article-14897001/Alzheimers-disease-study.html
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